Mensagem da semana “PRB/Republicanos: Por que conservador?”

PRB
Marcos PereiraPresidente Nacional do PRB
Vice-Presidente da Câmara dos Deputados

PRB nasceu em 2005 fruto de um movimento de líderes políticos de origem conservadora insatisfeitos com seus antigos partidos. Circunstancialmente, esse “nascimento” aconteceu de maneira muito próxima a grupos progressistas (de esquerda), levando-nos a construir um programa partidário generalista que não trazia de maneira clara qual era o nosso ideário político.

Ao assumir a presidência nacional do PRB em 2011, iniciei um processo de transformação do pensamento e do comportamento partidário que culminou agora, oito anos depois, na mudança do nome de PRB para Republicanos e o lançamento de um novo programa que externou essa essência que sempre existiu nas mentes e corações dos republicanos.

A aprovação das mudanças aconteceu em Convenção Nacional no início do mês e depende da homologação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Conservador nos costumes e liberal na economia

O conceito-base do Republicanos é o pensamento conservador nos costumes aliado ao liberalismo econômico. O filósofo político americano Russell Kirk (1918 – 1994), autor do livro “The Conservative Mind” (A Mente Conservadora), escreveu:

“O conservador pensa na política como um meio de preservar a ordem, a justiça e a liberdade. O ideólogo, pelo contrário, pensa na política como um instrumento revolucionário para transformar a sociedade e até mesmo transformar a natureza humana. Na sua marcha em direção à utopia, o ideólogo é impiedoso.”

Antes de avançar, é preciso estabelecer a diferença clássica entre o pensamento conservador e uma postura conservadora. Um partido de esquerda que chega ao poder pode adotar uma política conservadora para manter o “status quo” a fim de se perpetuar no comando. Um revolucionário pode se comportar assim depois de alcançar o objetivo da sua revolução.

O conservadorismo clássico tem como base a doutrina cristã e adota, para mais ou para menos, ideias liberais na economia. Suas principais características são a ordem moral que perpassa os tempos e as gerações e a capacidade individual das pessoas de progredirem respeitadas suas diferenças naturais, esforços e decisões próprias.

Outra característica do conservador é a busca pela preservação das instituições políticas e sociais. Para nós, nenhuma ruptura se justifica tendo em vista que é preferível aperfeiçoar os sistemas já testados ao longo da história humana. Apesar disso, acreditamos que as mudanças e o progresso, especialmente no campo tecnológico, devem acontecer – com prudência.

Usos, costumes e tradições (inclusive religiosas) devem ser preservados. Defendemos o forte senso de certo e errado, convicções sobre justiça e honra, respeito às manifestações locais e identidade nacional.

O movimento conservador não é obrigatoriamente extremista. Ao contrário: nós, os republicanos, “buscamos a manutenção da vida social balanceada, longe de extremos, de modo a impedir o surgimento da anarquia e seu poder individualizado, e da tirania pelo poder oligopolizado”. O trecho entre aspas consta do nosso manifesto.

Outro trecho do nosso manifesto não deixa dúvidas sobre esse assunto: “Acreditamos na Constituição como nosso documento fundamental, porém somos favoráveis à sua revisão. Defendemos governos limitados, eleitos democraticamente, a separação clara de Poderes, o federalismo e o Estado de Direito”.

Portanto, não flertamos, sob nenhuma hipótese, com o autoritarismo.

Do ponto de vista econômico, defendemos a propriedade privada e meios de protegê-la, a liberdade para empreender e o acúmulo de capital. A abertura comercial deve estar inteiramente ligada à redução de impostos, à desburocratização e à competitividade das empresas nacionais ou mesmo as internacionais instaladas no país.

Com menos Estado, menos intervenção e menos tributos, nossas empresas, especialmente as indústrias, se tornarão mais produtivas e competitivas e então teremos novamente alguma perspectiva de avanço econômico e retomada do trabalho e do emprego.

Desta forma, o PRB/Republicanos é o único partido que se define como conservador nos costumes e liberal na economia que não flerta com o autoritarismo nem o militarismo.

Apenas para comparar:

NOVO: liberal na economia (Estado mínimo) e liberal nos costumes (defende pautas progressistas como casamento gay, aborto “dentro da legislação” e descriminalização do porte de maconha em pequenas quantidades);

DEM: nasceu à direita (ex-PFL), mas tem se movido ao centro com a defesa de pautas progressistas nos costumes;

PSDB: originado na social democracia (centro-esquerda), ganhou a alcunha de partido de direita pela pauta privatista; está em processo de mudança e deve se posicionar ao centro;

PSL: praticamente não existia até a eleição de Jair Bolsonaro; ainda está em processo de definição ideológica, mas deve se posicionar à direita como conservador nos costumes, liberal-nacionalista* na economia com flerte ao militarismo;

PR/PL: partido volta a se chamar Liberal; ainda não está claro se sua posição será liberal tanto na economia como nos costumes, como o NOVO;

PSD: social democrático, partido nasceu “nem de esquerda, nem de direita, nem de centro”, na definição do seu presidente nacional;

Patriota: único partido de extrema-direita, que defende uma agenda religiosa forte e inclinada ao militarismo;

PT/PSOL/PCdoB/PSB/PDT/Cidadania/Solidariedade: partidos de esquerda, centro-esquerda, com pautas que vão de Estado forte (maior) e progressistas nos costumes.

Comparação do espectro político brasileiro hoje:

Na semana que vem começo a entrar nos pontos específicos do programa.

Boa semana a todos.

Marcos Pereira
Presidente Nacional do PRB
Vice-Presidente da Câmara dos Deputados

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